Ansiedade ou Raiva? Aprenda a Diferenciar e a Lidar!
Atualizado 09 de julho 2021
A ansiedade e a raiva são sentimentos muito comuns, que costumam ter semelhanças. Mas o problema deles é quando se tornam excessivos, dificultando a vida de quem os sente. Por isso, este artigo é para você que quer para identificar e lidar melhor com esses sentimentos.
A ansiedade está mais relacionada à preocupação e ao medo antecipado. A raiva já está mais ligada à frustração e ao estresse. Porém, ambos têm semelhanças, como ativar o sistema nervoso simpático, o coração ficar acelerado, a respiração ofegante, e o que era ansiedade pode se transformar em raiva, e vice-versa.
Por isso, é muito importante identificar qual dos dois você sente, para saber quais são as melhores maneiras de tratar o seu problema. Sendo assim, neste artigo mostramos os principais sintomas dessas duas emoções e dicas valiosas para te ajudar a amenizá-las e viver uma vida mais leve.
Como descobrir se sofro de ansiedade ou de raiva?
Embora pareçam diferentes, a raiva e a ansiedade têm raízes comuns, uma vez que ambas são desencadeadas por estímulos externos (como situações e pessoas) ou estímulos internos (como pensamentos e obsessões).
A ansiedade está mais relacionada à preocupação e ao medo, e a raiva está ligada à frustração e ao estresse acumulado. Mas a raiva e a ansiedade podem andar juntas e uma pode acabar potencializando o efeito da outra. Por isso, o mais recomendado é tentar entender a raiz desses sentimentos e como eles interagem, para evitar que as duas emoções se manifestem juntas e potencializem os danos uma da outra.
A ansiedade é um sentimento de antecipação de algum medo, e essa tensão pode desencadear o sentimento de raiva, por não conseguir estar no controle da situação. Esses sentimentos também podem vir de pensamentos obsessivos, quando acontece algum desentendimento e ficamos remoendo, até que isso se transforma em ansiedade e depois desencadeia a raiva.
Tanto a raiva quanto a ansiedade ativam o sistema nervoso simpático: o coração fica acelerado e a respiração fica ofegante. Sendo assim, a ansiedade pode ser um sintoma da raiva, como também a raiva pode vir a ser um sintoma da ansiedade. Por isso, o tratamento desses dois sentimentos é muito parecido.
Embora tenham suas semelhanças, a ansiedade tenta evitar, se esconder, se afastar, sofrer calada. Já a raiva se expande, se manifesta, ocupa todo o espaço, grita e confronta. E pode vir de situações de impotência e frustração. Sendo assim, ela pode ser considerada perigosa por ser impulsiva e até violenta.
Porém, também é perigoso tentar reprimir a raiva, porque muitas vezes contribui para o aumento da ansiedade. Além disso, a raiva internalizada piora os sintomas de doenças como a TAG (transtorno de ansiedade generalizada).
Portanto, o importante é aprender a lidar com essas emoções, para sofrer menos e conseguir resolver melhor as situações que acontecem na vida.
Sinais que você sofre de ansiedade
É normal confundirmos raiva com ansiedade, porque há muitos sintomas em comum. Além disso, esses dois sentimentos podem acontecer ao mesmo tempo, e por isso fica difícil definir uma coisa pela outra, o que decorre de um problema e o que decorre de outro.
Por isso, para facilitar a compreensão e conseguir identificar de qual problema você sofre, listamos alguns sintomas mais comuns nos quadros de ansiedade. Porém, é importante salientar que os sintomas de ansiedade não se manifestam apenas psicologicamente, mas também fisicamente.
Sintomas psicológicos:
- Medo
- Angústia
- Tensão
- Apreensão
- Insônia
- Dificuldade de concentração
- Preocupação excessiva
- Dificuldade em relaxar
- Pensamentos catastróficos
Sintomas físicos da ansiedade:
- Tontura
- Boca seca
- Suor excessivo
- Hiperventilação
- Formigamento
- Náuseas
- Tremores
- Calafrios
- Tensão muscular
- Dor no peito
- Sensação de desmaio
- Urgência para ir ao banheiro
- Dificuldade em respirar (falta de ar)
- Arritmia/taquicardia (alteração no ritmo cardíaco)
Embora esses sejam os principais sintomas, tenha em mente que para você sofrer de ansiedade, não precisa que todos eles se manifestem, e às vezes eles só aparecem de forma sutil.
É muito importante reconhecer a ansiedade logo no início, porque se torna mais fácil de controlá-la e entender as suas causas.
Sinais que você sofre de raiva
É comum sentir raiva, até porque somos seres humanos. Entretanto, o problema é quando a irritabilidade se torna excessiva e o mau humor se torna rotineiro, podendo atrapalhar as relações e até se transformar em uma doença.
Por isso, é bom ter um cuidado especial com situações mais extremas, sobretudo as traumáticas. O chamado Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT) tem como sintoma a irritabilidade e, portanto, pode ser que todas essas coisas se manifestem concomitantemente.
Logo, é importante saber identificar se você tem sentido muitas vezes os sintomas da raiva. E identificar a raiva pode ser mais fácil, bastando apenas pensar nos momentos e nas situações que mais te irritam, nas coisas mínimas que tiram a sua paciência.
Sintomas emocionais:
- Irritabilidade
- Frustração
- Culpa
- Intolerância
- Impaciência
- Surtos emocionais
- Agressividade
- Confusão
- Estresse
Sintomas físicos:
- Cansaço
- Tontura
- Dores de cabeça
- Tremores
- Taquicardia
- Inquietação
- Tensão muscular
- Aumento da frequência cardíaca
Lembre-se que é normal sentir raiva, ela é uma resposta natural do organismo frente às ameaças e serve para que a gente tenha força e saiba se defender. Mas ao manifestar e sentir muitas vezes, o importante é não se entregar a esses impulsos raivosos e procurar maneiras de lidar com isso.
Como lidar com esses sentimentos?
A raiva e a ansiedade têm praticamente o mesmo processo de ativação e alguns sintomas em comum, por isso essas duas emoções também estão ligadas no mesmo processo de cura, de solução ou de amenização.
Muitas vezes, precisamos lidar com as duas coisas ao mesmo tempo, e isso pode ser extremamente difícil. Portanto, para você conseguir viver sua vida melhor, sem esses problemas que são desgastantes tanto psicologicamente como fisicamente, listamos algumas dicas para lidar melhor com eles.
Resiliência
A resiliência se mostra como o processo de negociação interior, quando temos que nos adaptar às situações, recalcular a rota, tentar nos autogerenciar. É uma habilidade muito necessária para quem sofre demasiadamente de ansiedade e raiva.
Trabalhando a resiliência você fica mais apta para aceitar as adversidades da vida e manter o equilíbrio.
Mesmo em situações mais tensas, nas quais as coisas não dão certo, a pessoa resiliente é capaz de enxergar o lado positivo e tentar outros caminhos para solucionar os problemas.
Por isso, para você adquirir mais resiliência, primeiro, independentemente dos acontecimentos que estiver enfrentando, não alimente os pensamentos ruins.
Procure identificar o que você pode fazer para mudar sua situação, e também foque em coisas que vão diminuir o seu estresse, como meditar, orar, escrever o que você está sentindo, praticar atividades físicas ou respirar profundamente.
Além disso, lembre-se que tudo na vida passa, e que a situação difícil pode ser sobrepujada por uma coisa boa.
Também é importante saber que não temos o controle de tudo o que acontece na nossa vida e na dos outros. Por isso, irritar-se e ficar frustrada ou ansiosa não vai adiantar para que as coisas mudem. O importante é aceitar e buscar formas de lidar com as situações.
Autoconhecimento
Tente refletir sobre você mesma, as causas de sua ansiedade e os momentos nos quais você se irrita. Eles estão relacionados a quê? Assuntos específicos, como política, redes sociais ou relacionamentos?
Descubra também como o processo de ansiedade se desencadeia, se é de um determinado lugar, situação ou pessoa.
É muito importante se conhecer e os benefícios que você vai ter nesse processo de autoconhecimento são inúmeros, porque sabendo os gatilhos, você poderá aprender a evitá-los e amenizá-los também.
Ter noção de suas próprias atitudes é a melhor maneira de investigar suas emoções. No começo, é comum que as respostas demorarem para surgir, mas cada vez mais que você se aprofunda nisso e perceber o que te faz mal, tudo se torna mais claro, e você encontra mais respostas.
Buscar técnicas para se autoconhecer é muito indicado para quem quer ter uma vida mais leve e livre de conflitos. Mas como fazemos isso? Prestando atenção em nossos sentimentos, escrevendo sobre nosso dia a dia, nossas emoções, explorando novas experiências e novas coisas.
Entender como você externa a ansiedade e a raiva
Além de entender os gatilhos que desencadeiam esses sentimentos negativos, você também deve compreender a forma como você os exterioriza. Sabendo como reage, você pode começar a aprender a lidar melhor com tudo isso para evitar mais aflição, seja pela culpa de como você reagiu ou pela preocupação em ter magoado alguém.
A ansiedade é expressa por inquietação, medo, impaciência, ofegação, que pode se desencadear no estresse, desespero e depois na raiva que é expressa através de gestos bruscos e rápidos, gritos e palavras ásperas.
Ambos os sentimentos podem atrapalhar o convívio social. Por isso, preste atenção ao seu corpo quando se sentir ansiosa ou com raiva. Reconhecendo esses momentos, você terá oportunidade para tentar diminuir a intensidade das emoções e usar técnicas de relaxamento, como a respiração abdominal, contar até 100 ou se concentrar em outra coisa.
Pode ser um momento em que você precise fazer uma pausa para ir ao banheiro, ou se retirar da situação para respirar um pouco e tomar uma água.
Uma ótima dica também é se precaver: se você sabe que vai passar por momentos de estresse e ansiedade, tente se alimentar bem para evitar dores de estômago e tomar um chá para acalmar os ânimos.
Autoaceitação
Uma das coisas que podem te deixar pior e entrar em conflito com seus sentimentos é viver em negação. Sendo assim, aceite que você tem problemas e que precisa lidar com eles. Este é um dos primeiros passos para quem quer começar a melhorar.
Além disso, aceitar a si mesma é um processo que retira a culpa das suas costas e ajuda muito na melhora da saúde psicológica, porque preocupar-se muito com as coisas que não estão ao seu alcance pode te deixar mais frustrada e piorar seu grau de ansiedade.
Por fim, aceite que você não é perfeita, que vai falhar algumas vezes, e que nem tudo está sob seu controle. A autoaceitação é um olhar gentil para suas inseguranças. É você dizendo a si mesma que está tudo bem em errar, uma forma de aliviar sua mente do peso das coisas.
Autocuidado
É comum focarmos mais nos nossos problemas do que nas coisas boas da vida, e ao fazermos isso, deixamos de lado coisas importantes como o autocuidado. Por ficarmos submersas nas nossas rotinas e obrigações, deixamos de lado o que pode ser mais importante, aquilo que vai ajudar nossa saúde mental.
Por isso, ao invés de passar seu tempo pensando nas coisas negativas, passe mais tempo cuidando de você, do seu emocional. O mais indicado é fazer atividades que vão te ajudar a lidar melhor com as tribulações da vida e de seus sentimentos, como meditar, ler um livro ou adquirir um hobby.
Procure também praticar exercícios físicos, que são capazes de aumentar a liberação dos neurotransmissores ligados ao humor, como a serotonina e a endorfina. Atividades como caminhadas, ioga, jogging e bicicleta são ótimas para diminuir os transtornos de ansiedade. Manter o seu corpo em movimento é muito importante para sua saúde mental.
Ajuda psiquiátrica e psicológica
A raiva e a ansiedade quando agravadas podem dar início a doenças como a depressão. Por isso, não deixe esses transtornos se intensificarem, por receio de procurar ajuda psicológica.
Pergunte a si mesma se os sintomas da ansiedade e da raiva estão atrapalhando de forma significativa a sua vida, se as pessoas ao seu redor estão se sentindo muito afetadas. Se você já tentou de tudo para amenizar, e ainda não melhorou, não deixe de procurar ajuda profissional.
Uma das melhores coisas de se consultar com um psicólogo é que ele vai fazer um diagnóstico preciso sobre qual problema você possui, ou se possui ambos. Ele também vai identificar as causas que influenciam você a ter esses sentimentos, como questões do passado, e definir qual o melhor tratamento.
Bem-estar psicológico e saúde emocional são fundamentais
Por fim, gostaríamos de ressaltar a importância do bem-estar psicológico e da saúde emocional. Por isso, mesmo parecendo que lidar com essas questões não seja relevante, saiba que a saúde emocional influencia em tudo na vida.
Quando estamos abaladas, problemas pequenos ganham proporções enormes e podemos sentir até fisicamente as consequências disso tudo.
E o melhor jeito para viver a vida, superar as adversidades e os problemas que vão surgir, é ter uma saúde emocional equilibrada.
Portanto, não tenha medo ou vergonha de buscar ajuda quando precisar e não deixe de reservar um tempo do seu dia para praticar atividades que vão te prover bem-estar. Melhorando seu psicológico, você vai perceber que todo o resto também vai melhorar.