Chupeta: Usar ou Não Usar? Esclareça Todas as Dúvidas!
Atualizado 31 de agosto 2021
O uso da chupeta divide a opinião de pais, educadores e até profissionais da saúde. Por isso, muitas pessoas ficam em dúvida sobre oferecê-la ou não para o bebê. Você é uma delas? Para te ajudar a decidir, nós esclarecemos as principais dúvidas.
Como tudo na vida, a chupeta apresenta pontos positivos e negativos. Em resumo, ela acalma e oferece mais segurança ao bebê, mas pode prejudicar a amamentação, a dentição e alguns outros aspectos da vida da criança. O ideal é analisar os prós e os contras antes de decidir se vale a pena oferecê-la.
No geral, o uso da chupeta depende muito dos pais da criança. Mas sempre é preciso levar diversos fatores em consideração, já que o uso prolongado pode causar problemas que afetam a vida inteira. Confira quais os benefícios e as possíveis consequências do uso do bico.
Chupeta ou bico: Usar ou não usar?
Não dá para negar que a chupeta é uma excelente ajudante nos momentos em que o bebê está chorando e você não consegue identificar o que ele está sentindo. Porém, como nem tudo são flores, o acessório também apresenta alguns pontos negativos que podem ser cruciais para o desenvolvimento da criança.
Para que você possa analisar ambos os lados, selecionamos as principais vantagens e desvantagens do uso da chupeta!
Vantagens do uso da chupeta
- A sucção não-nutritiva da chupeta libera endorfina, um hormônio que estimula a sensação de bem-estar, conforto e melhora o humor;
- Graças ao movimento de sucção, quando usam chupeta, os bebês ficam mais calmos em momentos de irritação, nervosismo e estresse;
- Em alguns casos, pode ajudar na adaptação de bebês prematuros com dificuldade de pegar o seio ou a mamadeira;
- Ajuda o bebê a lidar com procedimentos dolorosos, como vacina e coleta de sangue, por exemplo;
- Pode diminuir as chances de morte súbita, já que um bebê que dorme fazendo sucção tem maior proteção de via área e menos riscos de sufocar, segundo o Dr. Odilo Queiroz.
Desvantagens do uso da chupeta
- Nem sempre o choro é um pedido de chupeta. Algumas vezes, o bebê para de chorar por conformismo após ganhar o acessório e não porque as suas demandas foram atendidas;
- Tirar a chupeta definitivamente da criança pode ser muito mais difícil do que parece;
- Nem sempre é possível higienizar a chupeta de forma adequada, então, pode ser que alguns fungos e bactérias fiquem armazenados nela, resultando na maior possibilidade de contrair doenças;
- Apesar de haver controvérsias, o Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) afirma que crianças que usam chupeta podem mamar por menos tempo. O motivo é simples: o modo de sugar o peito e a chupeta são diferentes, logo, o bebê pode ficar confuso, não conseguir sugar o leite corretamente e mamar cada vez menos.
- De forma prolongada, o uso da chupeta pode prejudicar a dentição e a socialização, facilitar o surgimento de dores no ouvido e até resultar em problemas orais.
A chupeta pode prejudicar a dentição?
Embora os dentes sejam uma das maiores preocupações em relação ao uso da chupeta, não é sempre que ela causa problemas dentários. Na verdade, o principal prejuízo está no uso prolongado do bico.
Dificilmente, um bebê terá problemas com a dentição se utilizar a chupeta esporadicamente e apenas nos primeiros meses de vida. Entretanto, se o uso for recorrente e continuar após o aparecimento dos dentinhos, as dificuldades podem aparecer.
Com o tempo, alguns músculos acabam sendo menos trabalhados, os dentes podem ficar tortos e desalinhados, a criança pode desenvolver problemas na mastigação e na mordida e até apresentar dificuldades na fala e na respiração.
O uso da chupeta pode desencadear transtornos orais
Nem todo mundo sabe, mas uma criança que usa a chupeta por muito tempo tem mais chances de desencadear maus hábitos orais futuramente, como comer excessivamente, roer unhas, fumar e outros.
Inclusive, uma pesquisa indica que o uso prolongado da chupeta por mais de dois anos pode estar associado com a iniciação do tabagismo ainda na adolescência ou no início da vida adulta.
De acordo com a SBP, a desculpa para a introdução da chupeta na vida do bebê é o nervosismo e a ansiedade. Essas também são as justificativas utilizadas pela maioria das pessoas com vícios, como os fumantes.
O processo de socialização fica prejudicado
Outros problemas que podem surgir após o uso prolongado da chupeta estão ligados ao processo de socialização. Obviamente não é uma regra, mas seu filho pode estar entre as exceções e ser prejudicado futuramente.
Quando a criança já está mais grandinha e é “silenciada” pela chupeta após qualquer pedido ou reclamação, ela acaba interagindo bem menos com outras pessoas ao seu redor. Com isso, também recebe menos estímulos e pode acabar se desenvolvendo mais lentamente no que diz respeito à comunicação falada e à socialização.
Um outro ponto que vale a pena ser destacado é de crianças que ficam com a chupeta na boca até para falar. Nesses casos, nem sempre as palavras saem como deveriam e podem fazer parte do vocabulário da criança de forma errada, às vezes, sem que ela perceba.
Além disso, com a chupeta, muitos sons não são executados corretamente. Como consequência, algumas letras e palavras podem ser pronunciadas de forma errada ou confusa.
Afinal, usar ou não usar a chupeta?
Como não existe uma resposta absoluta sobre esse assunto, nem vinda dos pediatras. O ideal é que os pais conheçam bem os pontos positivos e os negativos e conversem bastante antes de oferecer (ou não) a chupeta ao bebê.
É importante destacar que, pelo menos nos primeiros meses de vida, o bico não é uma escolha da criança, e sim dos cuidadores. Nem sempre quando ela resmunga, chora ou mostra irritação é porque precisa de algo para sugar. Essas alterações de humor são normais e podem estar ligadas aos saltos de desenvolvimento do bebê.
Caso você opte por não dar a chupeta, o seu papel é ter bastante calma e, aos poucos, ir descobrindo o que o seu filho necessita ou o que está incomodando cada vez que ele tenta se comunicar através do choro.
Entretanto, não podemos dizer que é fácil abrir mão da chupeta, até porque, algumas vezes, as crianças continuam chorando mesmo que os pais já tenham tentado de tudo e não conseguiram identificar o problema. Não dá para negar que a chupeta é uma excelente ajuda, principalmente quando os pais estão muito cansados ou ocupados.
No fim, a decisão é sua. Mas vale a pena ouvir pediatras e especialistas que entendem do assunto para esclarecer as dúvidas mais específicas.
Até que idade a chupeta é aceitável?
Geralmente, o mais indicado é oferecer a chupeta apenas até os dois anos para evitar problemas futuros. Mas para isso, é preciso começar a retirada do bico bem antes, já que nem sempre é fácil para o bebê abrir mão do acessório que o acalma e o faz se sentir mais seguro.
Uma sugestão do Departamento Científico de Aleitamento Materno da SBP é só oferecer o acessório quando o bebê já estiver mamando bem e ganhando peso normalmente e, depois, limitar o uso até um ano de idade.
Dicas após oferecer a chupeta
Se depois de pensar bem você decidir oferecer a chupeta ao seu filho, não tem problema. Nós selecionamos algumas dicas essenciais para que o bico não prejudique o desenvolvimento ou a rotina dele:
- Opte por chupetas que sejam ortodônticas para não prejudicar a dentição;
- Não esqueça de fazer a higienização do bico. Lembre-se que ele pode ser morada de muitos fungos e bactérias;
- Evite oferecer a chupeta sem o bebê pedir. Dê apenas nos momentos em que ela realmente for necessária;
- Não deixe a chupeta à disposição da criança para ela ter acesso quando quiser, isso pode contribuir para que ela fique “dependente” do acessório;
- Troque a chupeta sempre que estiver velha e desgastada;
- Não permita que a criança se comunique com a chupeta na boca e retire sempre que ela pegar no sono;
- Quando decidir que é hora de retirar a chupeta do seu filho, não faça de forma abrupta, retire gradativamente e sem causar traumas.