Como Lidar com a Seletividade Alimentar? Confira 11 Dicas!

Thamires Ribeiro
Thamires Ribeiro
Atualizado 26 de agosto 2021

Incluir uma alimentação saudável na rotina das crianças nem sempre é uma tarefa fácil. Geralmente, elas não gostam de algumas comidas apenas pela cara ou resistem para não experimentar novos alimentos. Quer saber como lidar com isso? Nós separamos as melhores dicas.

Seletividade alimentar é um distúrbio que gera a recusa de alguns tipos de alimentos. Geralmente, as crianças com esse problema possuem uma alimentação restrita e sem valor nutritivo. Sendo assim, a melhor forma das mães lidarem com a situação é com muita paciência, incentivo e se tornando um bom exemplo.

Caso o seu pequeno esteja passando por essa fase, não se desespere, pois ela pode ser superada com sucesso. Infelizmente, é comum acontecer em algumas faixas etárias, mas com paciência, esforço e acompanhamento médico, é possível mudar de realidade. Entenda como!

O que é e quais características da seletividade alimentar?

Em resumo, o Transtorno Alimentar Seletivo (TAS), ou seletividade alimentar, é o desinteresse por alguns alimentos, a falta contínua de apetite ou a procura por um grupo seleto de comidas.

O grande problema é que, normalmente, os alimentos recusados são os mais saudáveis e os que são aceitos, não têm muito valor nutritivo.

De modo geral, as crianças começam com a seletividade alimentar a partir dos dois anos e apresentam algumas características particulares, como:

  • Sentir apetite apenas por uma pequena variedade de alimentos (e sempre os mesmos);
  • Indisposição (ou até náuseas e vômito) para provar comidas novas ou diferentes;
  • Aversão a um grupo de alimentos, geralmente saudáveis;
  • Se irrita ou faz birra na hora das refeições obrigatórias;
  • Tem preferência por pratos específicos e pouco saudáveis;
  • Apresenta um comportamento diferente diante de alimentos com algumas texturas.

Como dissemos, é comum que a seletividade alimentar aconteça com crianças. Porém, em casos extremos, o ideal é recorrer ao acompanhamento médico e psicológico, pois a situação pode se estender até a adolescência ou chegar na fase adulta.

Além disso, nem sempre a recusa de alimentos ou a falta de apetite significam algum transtorno alimentar. Elas podem estar relacionadas a outros problemas de saúde. Por isso, é recomendado levar a criança a um médico, que fará o diagnóstico correto, com base em exames e sintomas relatados.

Dicas para tratar a seletividade alimentar

Por mais que a seletividade seja comum em diferentes etapas da vida, algumas mamães ficam com medo e inseguras, principalmente quando a recusa de alimentos saudáveis se torna recorrente e acaba interferindo na saúde ou no desenvolvimento do pequeno.

E para ajudar nessa tarefa, nós selecionamos algumas estratégias que podem facilitar a aceitação de alimentos saudáveis e auxiliar no tratamento da seletividade alimentar. Mas lembre-se que o processo é lento, então, não espere que uma mudança repentina aconteça de um dia para o outro.

Não force a criança a comer

Normalmente, uma das medidas tomadas pelos pais quando a criança diz que está sem fome é pressioná-la a comer, mesmo que ela se recuse, reclame ou diga que não quer. Entretanto, essa não é a melhor saída e pode piorar ainda mais a situação.

Nesses casos, o ideal é que você observe a frequência que isso acontece e se está atrapalhando o desenvolvimento do seu filho. Tenha em mente que ele pode se satisfazer com uma quantidade menor de comida ou esteja com falta de apetite por um motivo específico. Investigue antes de tomar alguma atitude.

Tenha paciência ao incluir novos alimentos

Paciência é a palavra-chave para o tratamento da seletividade alimentar, principalmente quando se trata da inclusão de novos alimentos na rotina da criança. Isso porque, muitas vezes, ela nem experimenta, apenas olha a comida e a rejeita, sem nem pensar em aceitar.

Entretanto, podemos garantir que se irritar ou tentar fazê-la provar à força não vai ajudar. Pelo contrário, ela pode ficar ainda mais relutante.

Tente falar curiosidades sobre o prato oferecido, compare-o com os sabores de coisas que o seu filho goste, ofereça várias vezes seguidas, misture com algo que ele ache saboroso e deixe o alimento sempre disponível. Aos poucos, pode surgir a vontade de, pelo menos, prová-lo.

Incentive a autonomia

Não deixe a criança ter contato com o alimento apenas quando estiver à mesa, permita que ela participe do manuseio e do preparo da comida, desde que não seja perigoso e nem envolva objetos cortantes.

Sempre que puder, deixe o pequeno participar da higienização, pergunte como ele prefere que seja cortado ou preparado, peça ajuda para colocar no pratinho e deixe-o pegar e comer com as próprias mãos, sem que você dê na boca dele.

Não prepare refeições alternativas

Durante as refeições, é comum que uma criança com seletividade alimentar recuse a comida que está na frente dela e queira outra para substituir. De mão atadas, a mãe, que fica extremamente preocupada com o filho, acaba cedendo e oferecendo o prato desejado. Mas é aí que mora o perigo.

Pode ser que a criança perceba que a rejeição funcionou e faça isso com mais frequência, exigindo alimentos que ela goste e recusando os que não lhe agradam. Uma vez já é o suficiente para ela se acostumar. O ideal é que você a incentive a comer o que está disponível e só depois pense em formas saudáveis de substituir aquele prato.

Faça um prato divertido

O momento das refeições não é o ideal para brincadeiras, mas ele pode ser divertido e mais atrativo para o seu pequeno. E para isso, nem precisa de muito esforço ou profissionalismo. Basta pesquisar algumas referências e usar a criatividade.

Quando for possível, corte os alimentos em diferentes formatos, misture as cores, se inspire nos brinquedos e animais favoritos, faça letrinhas e estabeleça referência com coisas que ele já viu. Com certeza, seu filho ficará muito mais curioso para experimentar alguns pratos.

Descarte o uso de eletrônicos na mesa

Os aparelhos eletrônicos estão presentes em boa parte do dia da criançada, mas não é recomendado que eles também estejam por perto na hora das refeições. Por mais que sejam bons em distrair os pequenos, eles são desaconselhados em vários momentos do dia, inclusive nos de comer.

Durante a alimentação, o foco deve estar nos alimentos, para que a criança possa sentir o sabor, saber o que está comendo e entender que aquele é um momento importante e sem distrações.

Evite alimentos não saudáveis

De um modo geral, a maioria das crianças se sentem atraídas por alimentos não saudáveis e rejeitam os mais saudáveis, como frutas, legumes e verduras. Por isso, a melhor alternativa é deixar as guloseimas de lado e oferecer algo que tenha valor nutritivo.

Na hora do lanche, por exemplo, evite dar salgadinhos, biscoitos recheados e refrigerantes. Para substituir, ofereça algo mais saudável, como frutas, sucos naturais, bolos e biscoitos integrais, sanduíches e iogurtes naturais.

Não ofereça recompensas

O alimento não é e nem deve ser uma moeda de troca para o seu filho comer bem. Então, evite frases como: “se comer tudo, ganha sobremesa”, “se não comer no almoço, não tem pizza no jantar” ou “coma tudo e eu farei uma surpresa”.

Dizer isso, só vai reforçar que comida é algo ruim e, por isso, ele tem que ganhar algo em troca. Busque outras formas de incentivar a refeição, mas fazer “permuta” não é uma boa saída.

Estabeleça uma rotina

Oferecer muitos aperitivos entre uma refeição e outra pode fazer com que a criança fique cheia e, consequentemente, não esteja com fome na hora do almoço ou do jantar. Por esse motivo, a melhor forma de lidar é estabelecendo horários (sem intervalos muito grandes) e oferecendo comida na quantidade adequada.

Na rotina do dia, defina a hora de tomar café da manhã, almoçar, jantar e de fazer os lanches. Dessa forma, ele saberá exatamente quando vai se alimentar e não sentirá fome fora dos horários convencionais.

Ofereça comidas mais úmidas

Pode ser que algumas texturas dos alimentos não agradem muito ao seu filho. E, se esse for o caso, tente deixar a comida mais úmida para facilitar a mastigação e a aceitação. Inserir caldos é uma boa forma de umedecer a comida sem tirar o sabor.

Entretanto, pode ser também que ele não goste de comida muito “molhada”. Nesses casos, o melhor a fazer é observar a textura que mais o agrada e tentar adaptar os pratos para deixá-los mais atraentes.

Seja o bom exemplo

Seja o maior exemplo que o seu filho pode ter! Afinal, não adianta querer que ele coma alimentos saudáveis, se você sempre opta por comidas gordurosas, cheias de açúcares e com zero valor nutritivo.

Inclua na sua dieta alimentos variados, ricos em nutrientes e que sejam fontes de vitaminas. Quando a criança se habitua em ver os pais comendo frutas, verduras e legumes, é muito mais fácil elas seguirem o exemplo e comerem também.


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