Como Lidar com Filhos na Adolescência? Confira 9 Dicas!

Thamires Ribeiro
Thamires Ribeiro
Atualizado 15 de setembro 2021

É comum que, na adolescência, os filhos apresentem comportamentos diferentes e se tornem um pouco mais rebeldes do que eram antes. Se você é mãe e precisa de ajuda para superar essa fase, confira as nossas melhores dicas!

Lidar com um filho adolescente não é tão simples quanto parece, já que ele está buscando a identidade própria e isso afeta diretamente o seu comportamento. Nesse caso, as melhores alternativas são: dialogar bastante, incentivar a autonomia, tentar ao máximo se aproximar dele e não exagerar nas punições.

Lembrar que você também já foi adolescente pode ajudar quando se deparar com algumas situações, mesmo que na sua época as coisas tenham sido um pouco diferentes. O fato é que, querendo ou não, o seu filho pode passar por uma fase turbulenta e você precisa estar preparada para lidar com a situação da melhor forma.

É normal o comportamento mudar na adolescência?

Sim, assim como o corpo passa por importantes transformações na adolescência, a forma de se relacionar também sofre mudanças relevantes durante esse período. Normalmente, depois dos 11 anos, os brinquedos já não surtem o mesmo efeito e os filhos passam a se preocupar mais com os amigos e a parte social da vida.

É também nessa etapa que as pessoas começam a formar a identidade, desenvolvendo personalidade própria e definindo seus gostos e preferências. Por isso, na maioria das vezes, a mudança acaba sendo tão expressiva.

O que muda no comportamento dos adolescentes?

Durante a transição para a adolescência, acontecem tantas mudanças que alguns pais têm dificuldades para entender o que é ou não motivado pela nova etapa de vida. Ocorrem mudanças corporais, psicológicas, na aparência, nos gostos e até na forma de se relacionar com as outras pessoas.

Confira as quatro mudanças mais comuns e perceptíveis no comportamento dos adolescentes!

Busca de identidade

Naturalmente, existe um enorme leque de alternativas que contribuirão para que um adolescente forme a sua própria identidade. E o que eram reflexos familiares, agora passam a ser externos. Nessa fase, formam-se vínculos maiores com amigos, grupos específicos, defensores de determinadas ideias e, assim, a identidade individual vai sendo construída.

Impulsividade e imediatismo

Outra mudança bastante perceptível em adolescentes é a impulsividade, que os leva a tomar decisões, assumir riscos e ter algumas atitudes sem medir as consequências, principalmente a longo prazo. É comum eles agirem como se o mais importante fosse o momento atual, ignorando totalmente a necessidade de planejar ou esperar para tomar decisões.

Distanciamento da família

Nem sempre os pais aceitam com facilidade, mas a confusão mental e a grande quantidade de caminhos disponíveis fazem com que os adolescentes se afastem da família e busquem outros interesses.

E apesar de acontecer naturalmente, não há um único motivo para que o distanciamento ocorra. Pode ser que eles estejam em busca de mais independência, achem que não estão sendo compreendidos em casa, se sintam maduros o suficiente ou até se deixam levar por influências externas.

Início da sexualidade

A chegada da adolescência também abre uma nova porta: a da sexualidade. Nessa fase, normalmente, os adolescentes começam a sentir interesse por outras pessoas, o namoro se torna assunto nas rodas de conversa e o corpo – principalmente os órgãos genitais – começa a despertar atenção.

Por isso, mesmo que o seu filho ainda pareça uma criança para você, não ignore as dúvidas e nem as descobertas dele. Lembre-se que o que você não conversa com ele, ele conversa com outras pessoas.

9 dicas para lidar com os filhos na adolescência

Seu filho chegou na adolescência e você está com dificuldades de lidar com ele? Nós selecionamos as nove melhores dicas que vão deixar essa fase muito mais simples. Confira!

O diálogo é fundamental

Se você quer que o seu filho se sinta confiante para conversar com você, construa uma relação sólida, conversando sobre todos os assuntos desde muito cedo. Fale sobre sexualidade, drogas, crimes virtuais, bullying e outros temas importantes. Dessa forma, ele não vai precisar buscar respostas com outras pessoas.

Mas lembre-se que toda conversa é uma troca, não queira ser a única a falar. Permita que ele aponte argumentos, dê opiniões e discorde de você. Mostre-se aberta para que ele se sinta à vontade para falar sobre tudo.

É importante equilibrar autonomia e limites

Embora os adolescentes ainda não sejam maduros o suficiente para decidir sobre tudo, é preciso incentivar a autonomia e prepará-los para a fase adulta. Mas claro, impondo os limites necessários.

Permita que o seu filho faça escolhas, ainda que elas resultem em consequências negativas; deixe que ele decida as atividades que quer fazer; não prenda-o ou afaste-o dos amigos; evite tomar decisões por ele e sempre estabeleça regras para situações específicas, como as saídas, por exemplo.

Dê uma chance aos interesses dos adolescentes

Talvez o seu filho tenha interesses totalmente diferentes dos seus, mas isso não é motivo para vocês não se divertirem juntos. Seja flexível e tente entrar um pouco mais no “mundo” dele.

Isso não quer dizer que você tem que voltar à adolescência ou tentar se enturmar com os amigos do seu filho, mas mostre-se aberta aos programas que ele gosta de fazer. Fale sobre assuntos que ele se interessa, maratonem uma série legal, permita que ele escolha um lugar para passear, aprenda o jogo favorito dele e deixe a relação mais descontraída.

A adolescência é a época de incentivar os talentos dos filhos

No futuro, o incentivo que você deu ao seu filho na adolescência fará toda a diferença, permitindo que ele seja mais confiante, acredite no seu potencial e tenha liberdade para falar o que realmente deseja.

Esse é o momento de você ajudá-lo a descobrir o que ele gosta de fazer. Dê destaque às qualidades, fique orgulhosa até das pequenas conquistas, seja a motivação que ele precisa e não o pressione a fazer algo que ele não sente à vontade.

Contato com a escola é essencial

Provavelmente, o seu filho passa boa parte dos dias na escola e, por isso, ela acaba sendo um dos fatores que mais contribuem para o desenvolvimento dele. Esse é o principal motivo para você manter contato frequente com a instituição de ensino e saber como o seu filho está indo.

Entender o rendimento escolar, descobrir se ele está sofrendo ou praticando bullying e saber como anda a socialização é uma das melhores formas de você acompanhar a evolução do seu filho e interferir, quando for preciso.

Amizade com os filhos funciona e deve ser cultivada

De fato, o papel dos pais é muito diferente do papel de um amigo, mas isso não quer dizer que você não pode cultivar uma amizade com o seu filho. O ideal é exercer a sua autoridade, mas não criar uma barreira entre vocês.

Demonstre que você o ama e está tão disposta a entendê-lo quanto os amigos que ele tem. Para isso, esteja disponível quando ele quiser conversar, faça programas que o agrade, ajude no que for preciso e seja flexível nas suas decisões para que ele não precise fazer nada escondido.

Nem sempre as punições pesadas são as melhores

Cuidado para não exagerar nas punições que você impõe ao seu filho, pois ele pode acabar ficando com raiva e nem aprender a “lição” que você realmente queria ensinar. Tente aplicar correções proporcionais ao erro e não achar que tudo se resolve com punições severas.

A melhor forma de impor limites é conversando, sem exageros e sem apelar para agressões. Alguns castigos podem gerar traumas e provocar ainda mais mudanças comportamentais no seu filho.

É na adolescência que se ensina que todos vivemos em sociedade

Principalmente nessa fase, é importante deixar claro para o seu filho que ele não é o centro do universo e que as vontades dele não são absolutas. Essa é uma das formas de ensiná-lo que é preciso respeitar, contribuir com as outras pessoas e lidar com as decepções da vida.

Mesmo que ele demonstre resistência em alguns pontos, é importante ensiná-lo o seu papel como cidadão através de pequenas atitudes diárias.

Sempre manter a coerência na relação com os adolescentes

Lembre-se que, desde muito pequenos, os filhos se espelham nas atitudes dos pais e podem levar algumas lições por toda a vida. Por exemplo: se você fala palavrões com frequência, provavelmente, as crianças e os adolescentes que moram com você também vão falar, dentro e fora de casa.

Portanto, se você quer que o seu filho respeite as suas ordens e fique dentro dos limites estabelecidos, seja coerente.

Não quer que ele grite quando estiver nervoso? Não grite também. Pediu para ele não mexer no celular durante as refeições? Não mexa também. Corrigiu um erro e não quer que se repita? Não abra exceções e corrija sempre que ele fizer novamente.

Em alguns casos, a terapia pode ser útil

Como dissemos, é normal que os adolescentes passem por mudanças que alterem os seus comportamentos e a forma de se relacionar com as outras pessoas. Porém, não normalize todas as reações e os modos de agir do seu filho, principalmente se estiverem muito exagerados.

Nos casos em que os adolescentes se mostram muito violentos, se isolam, estão muito agressivos ou não conseguem se relacionar com outras pessoas, a melhor saída é conversar com ele e, se for preciso, levá-lo a um psicólogo para consultas periódicas.

Um profissional de confiança vai ajudá-lo a enfrentar todos os dilemas e as emoções da melhor forma possível.

Por fim, lembre-se que você também foi adolescente um dia

Como você agia quando era adolescente? Talvez você nunca tenha parado para refletir sobre isso, e se não parou, este é um bom momento. Apesar de algumas coisas serem totalmente diferentes da sua época, uma delas nunca muda: para chegar à fase adulta é preciso passar pela adolescência.

Por mais que você não tenha tido atitudes parecidas com as do seu filho, provavelmente você fez coisas que desagradaram os seus pais, certo? Então, tenha em mente que, assim como todo mundo, é natural que o seu filho passe por mudanças comportamentais, e você também já passou por várias delas.

Imponha limites e seja dura quando for preciso, mas não exagere para não acabar afastando ainda mais o seu filho. Tente lembrar de quando você era adolescente, pense em como seus pais agiram e como você queria que eles tivessem agido. Isso pode te ajudar a lidar com essa fase de uma forma mais leve, sem exceder os limites da maternidade.


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