Ginecologia Natural: Saiba Como Funciona e os Princípios!

Thamires Ribeiro
Thamires Ribeiro
Atualizado 26 de julho 2021

Conhecer a si e ao seu próprio corpo é a melhor forma de saber lidar com os problemas que podem surgir nele. E é exatamente sobre isso que se trata a ginecologia natural. Saiba como esse movimento funciona e quais são os seus princípios básicos!

A ginecologia natural é uma espécie de alternativa aos métodos tradicionais utilizados atualmente. E, apesar de não ser regulamentada, ela tem alguns princípios que destacam a autonomia da mulher sobre o seu corpo e ensina meios naturais de tratar alguns problemas.

Mesmo fugindo aos fundamentos tradicionais, a ginecologia natural não envolve apenas plantas e crenças antigas, ela é muito mais do que isso e leva em consideração várias técnicas ancestrais, ensinamentos importantes e estímulo ao autoconhecimento do corpo feminino.

O que é ginecologia natural?

Como já adiantamos, a ginecologia natural é uma terapia holística que funciona como uma alternativa à ginecologia tradicional e aos métodos utilizados. A ideia central do movimento é que a mulher pratique o autoconhecimento do seu corpo e tenha poder sobre si mesma.

Por ser uma terapia holística, ela não tem nenhum vínculo com a medicina moderna. Inclusive, quem trabalha com ginecologia natural são terapeutas e não necessariamente as ginecologistas tradicionais, formadas em medicina.

É possível dizer que a ginecologia natural visa tratar a mulher no geral (envolvendo fatores físicos, emocionais e mentais) e não a doença que a acomete naquele momento. Diferente da tradicional, que tem um remédio pré-estabelecido para cada caso, a natural trata cada problema de forma individual, considerando a mulher como um todo.

Contudo, apesar de ser um movimento que vem ganhando cada vez mais força e espaço atualmente, ele já existe há muito tempo. Provavelmente, já foi praticado por suas avós, bisavós ou outras ancestrais e acabou sendo esquecido pela modernidade e pelos tratamentos que agora são sugeridos.

A ginecologia natural e a medicina moderna se contradizem?

Pela definição, você já deve ter percebido que apesar de terem o mesmo propósito, que é cuidar da saúde feminina, a ginecologia natural e a tradicional têm abordagens bem diferentes. Porém, elas não são totalmente opostas e podem ser complementares.

Inclusive, existem médicas ginecologistas tradicionais que decidem complementar os conhecimentos se formando em ginecologia natural. Assim, elas conseguem integrar as duas práticas e proporcionar o melhor atendimento possível para as pacientes.

Também é importante ressaltar que, assim como as ginecologistas tradicionais estudam muito e se preparam para prestar os atendimentos, as terapeutas holísticas também estudam e fazem formações em ginecologia natural, elas não saem oferecendo diagnóstico e tratamento sem saber do que estão falando.

Alguns princípios da ginecologia natural

Uma vez que a ginecologia natural se baseia em conhecimentos tradicionais e técnicas ancestrais, não existe nenhum manual oficial registrado ou regras definitivas que expliquem os fundamentos.

Porém, existem princípios importantes no movimento que ajudam na compreensão dos elementos nos quais a ginecologia natural se baseia e de como ela é praticada. Para facilitar, selecionamos alguns dos que são mais abordados na prática.

O ciclo menstrual é visto com naturalidade e recebe a relevância que merece

Mesmo em pleno século 21, algumas pessoas ainda tratam a menstruação como um tabu, considerando-a como algo vergonhoso, sujo e que não deve ser discutido. Entretanto, a ginecologia natural prega totalmente o contrário, afinal, a menstruação faz parte da mulher e do que ela representa.

Para que o corpo funcione bem, a menstruação precisa estar em perfeito funcionamento e, quando está desequilibrada, o corpo também é prejudicado. Logo, o intuito do movimento é ressignificar a menstruação na vida das mulheres e naturalizar todo ciclo menstrual.

Por uma higiene mais natural

Se pararmos para pensar, hoje em dia existem dezenas de produtos feitos exclusivamente para higienizar a região íntima. Porém, quem disse que a vagina precisa de tudo isso? Pelo contrário, esse tipo de produto pode até causar infecções e irritações.

No movimento, a proposta é que a higiene da região seja a mais natural possível, sem alterar o pH vaginal ou causar problemas provocados por fatores externos. Lavar a vulva com água e sabão íntimo já é o suficiente para deixá-la limpa e longe de bactérias.

As plantas são nossas aliadas

O costume de tomar remédios sempre que aparece algum problema não é bem-vindo na ginecologia natural, pelo menos não nos problemas mais básicos. Se forem usadas de forma correta, as plantas e as ervas naturais conseguem auxiliar no tratamento de diversos problemas que surgem na região íntima.

É possível utilizar as propriedades dos chás, óleos essenciais, compressas e até dos banhos de assento, que, muitas vezes, são receitados pelos próprios ginecologistas tradicionais. São remédios naturais, sem nenhum componente químico e que proporcionam mais autonomia para a mulher.

Autoconhecimento é tudo

Uma das palavras que representam bem a ginecologia natural é o autoconhecimento. Quanto mais uma mulher se conhece (interna e externamente), mais ela consegue identificar problemas e as possíveis soluções para eles.

Baseando-se nesse princípio, o movimento estimula que a mulher se toque, se observe, se conheça, entenda bem o seu ciclo menstrual e saiba identificar quando algo no corpo está errado ou sofreu alguma alteração.

O cuidado se dá até pela escolha da calcinha

É preciso se preocupar com a região íntima e cuidar dela da melhor maneira possível. Além de ser libertador, permitir que a área “respire” livremente evita abafamentos, umidade excessiva e a consequente proliferação de fungos e bactérias que causam infecções e coceiras.

A ideia é que a mulher durma sem calcinha, use peças íntimas confortáveis de algodão, evite peças de roupas muito justas e abuse dos tecidos leves e soltinhos.

Controvérsias

Embora algumas pessoas garantam que muitas práticas naturais sejam efetivas, nem todas elas possuem respaldo científico e, por isso, acabam deixando a medicina tradicional com um pé atrás.

Infelizmente, não há uma cura natural para todos os problemas que surgem no corpo feminino e, dessa forma, é preciso recorrer a remédios da medicina moderna.

Além disso, problemas mais graves precisam de um médico para investigar e fazer o diagnóstico correto. E, claro, as plantas não podem (e nem devem) ser usadas de qualquer forma, é necessário que haja um conhecimento prévio sobre elas.

O mais recomendado é que você aproveite os benefícios tanto da ginecologia tradicional quanto da natural e transforme-os em contribuições para o seu bem-estar.

Use o natural ao seu favor, conheça o seu corpo e saiba como tratar alguns problemas sem o uso de componentes químicos e procedimentos agressivos. Mas também não deixe de procurar um atendimento ginecológico tradicional sempre que perceber algum problema grave ou crônico.

Por fim, o importante é se cuidar

Podemos dizer que a ginecologia natural é muito mais complexa do que foi dito aqui e que, se você se interessar, o ideal é que procure mais sobre ela e converse sobre o assunto com um especialista na área.

É extremamente importante que a mulher se cuide, se conheça, entenda todos os processos naturais do corpo e consiga se conectar internamente. Aliado a isso, evitar o uso excessivo de remédios agressivos e recorrer a tratamentos naturais é totalmente plausível.

Porém, não abra mão da ginecologia tradicional e procure um médico sempre que for necessário. Muitas vezes, alguns problemas já estão avançados e precisam de tratamentos modernos para serem resolvidos.

Por fim, alie as duas práticas e se dedique inteiramente ao que mais importa: a saúde do seu corpo!


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