11 Perguntas Essenciais que Você Deve Fazer ao Ginecologista

Thaís Martiniano
Thaís Martiniano
Atualizado 06 de outubro 2021

A primeira ida ao ginecologista (e até as seguintes) pode ser um momento delicado e confuso, mas é muito necessário. Nesse momento, aparecem dúvidas sobre o que perguntar. Neste post a gente te conta como agir e o que é importante saber sobre o tema!

Ir ao ginecologista é a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre o funcionamento do seu corpo. Então, é fundamental pensar sobre tudo o que você ainda não entende e aproveitar a consulta para perguntar. Por exemplo, tirar dúvidas sobre as relações sexuais e a menstruação, para saber como lidar melhor com as mudanças do seu organismo.

Mas essas são somente algumas perguntas importantes que você pode fazer. Então, quer descobrir outros tópicos essenciais para abordar? Continue conosco neste post, que vamos te mostrar outras questões e informações, e como se sentir mais segura para sua consulta com o ginecologista, aproveite!

Como é a primeira consulta com o ginecologista

Antes de mais nada, você precisa entender como encontrar o melhor médico. Existem mulheres que preferem médicas, e outras que se sentem confortáveis sendo atendidas por homens. É importante lembrar que esse é um momento bem íntimo, escolha com cuidado.

Quanto mais você se identificar com o profissional que vai te atender, melhor será o andamento da consulta. É importante ficar relaxada e não ter pudor de perguntar tudo o que você quiser saber sobre seu corpo.

Então, normalmente quando acontece a primeira consulta (ou quando deveria acontecer) você está no pico da puberdade. É um atendimento mais para informações e orientações de como proceder com a menstruação e mudanças hormonais.

Portanto, o ginecologista fará várias perguntas sobre seu histórico familiar, tentará te conhecer um pouco mais. Isso é importante para saber se existem doenças de causa hereditária e como elas podem afetar sua saúde genital.

Nesse caso, as mães costumam entrar no consultório com as filhas para dar apoio, mas se você se sentir melhor entrando sozinha, tudo bem. Mas lembre-se de não esconder nada do seu médico, ele está lá para te ajudar.

Como são os exames ginecológicos

No caso de meninas mais jovens e adolescentes, o primeiro contato pode ser um pouco assustador. Os exames normalmente são mais brandos e incluem a observação de características importantes como altura, peso e alterações corporais.

Além disso, é feita a palpação dos seios e exame da região externa da vagina. Mas fique calma, isso é normal. O ginecologista é um profissional habilitado e ele precisa ver se está tudo bem “lá embaixo”.

No caso das mulheres mais velhas, ou adolescentes que não sejam mais virgens, os exames são diferentes. O mais comum é o preventivo (ou papanicolau) onde o médico precisa visualizar o colo do seu útero.

Por isso, ele introduz um instrumento chamado espéculo na vagina (pode ser um pouco desconfortável) para visualizar o interior. Ainda, pode pedir diferentes tipos de ultrassonografia, e outros exames que julgar importantes no seu caso.

Com quantos anos devo ir ao ginecologista?

Não existe uma idade padrão para sua primeira consulta. Porém, o recomendado é que ela aconteça entre 12 e 14 anos, quando os hormônios começam a apontar. É nessa hora que podem surgir os brotos mamários (e a gente sabe que dói bastante), alterações de humor e sintomas pré-menstruais.

Contudo, a gente entende que algumas meninas e mulheres têm núcleos familiares mais restritivos. Então, é importante conversar com seus pais sobre a necessidade de cuidar da sua saúde e que o ginecologista é fundamental nesse processo.

Não fique tensa, o responsável pode acompanhar a consulta

Na hora de fazer os exames, você pode se sentir um pouco desconfortável ou envergonhada. Nesse caso, a gente precisa te lembrar que você não fica sozinha com o ginecologista no consultório.

Assim, todos os exames que ele realiza são acompanhados por uma enfermeira ou por seu responsável. Se você achar que pode te tranquilizar um pouco mais, peça para que sua mãe ou acompanhante esteja na sala a todo momento.

Portanto, não precisa ficar tão tensa, relaxe o máximo que puder. Se você escolher bem o seu médico, provavelmente ele tentará te ajudar a ficar mais confortável, conversando e explicando o que e porque irá fazer.

O que perguntar ao ginecologista?

Uma consulta ginecológica não deve ser algo rápido e sim completo. O profissional dessa área é super importante para sua saúde genital, aproveite para ter suas perguntas respondidas. Se não souber como começar, separamos as mais importantes para você conhecer:

1. Quais exames são necessários e de quanto em quanto tempo devo fazê-los?

Os exames são uma maneira de “enxergar” melhor como anda sua saúde. A parte visual ajuda em alguns casos, mas outros necessitam de mais análises para atestar que está tudo bem.

Por exemplo, as alterações hormonais só podem ser medidas e quantificadas pelo exame de sangue. Então, é importante você perguntar ao seu médico quais os exames de rotina, e como eles funcionam para atestar sua saúde.

2. Esclareça todas as dúvidas sobre a menstruação

A menstruação é um período complicado, que tem relação com diversas outras funções do corpo. Portanto, você precisa saber como acontece, e o que é normal durante o período menstrual. Afinal de contas, cada mulher tem características específicas nessa situação.

Dessa maneira, aproveite para tirar todas as suas dúvidas: como fluxo, frequência, quantidade, aspecto. Não é hora de ser sensível! Se precisar perguntar até sobre a cor do seu fluxo, faça, não perca a oportunidade de conhecer a fundo o seu corpo.

Se você ficar um pouco confusa, aproveite a nossa listinha com algumas sugestões de perguntas sobre a menstruação. Ela pode te dar um norte sobre quais tópicos são relevantes e o que você ainda não sabe:

  • O que é e por que acontece a menstruação?
  • Como escolher o melhor absorvente?
  • Como fazer a higiene correta durante a menstruação?
  • O sangue da menstruação pode me fazer mal?
  • Como posso ter menos cólicas menstruais?
  • É possível fazer sexo menstruada?
  • Tem como engravidar durante a menstruação?

3. Muita cólica, dor de cabeça e dor nos seios durante a TPM é normal?

Durante a mudança do corpo para o período menstrual, é comum sentir alguns tipos de incômodo. Porém, se você achar que estão muito intensos, pode perguntar ao ginecologista se existe algum problema.

Assim, ele fará a investigação do seu caso e se existe alguma maneira de amenizar os sintomas com a troca de alimentação, uso de anticoncepcionais ou outras técnicas. Dessa maneira, isso pode ajudar bastante a atravessar as menstruações sem sofrer exageradamente.

4. O que são os ovários policísticos e como identificá-los?

O ovário policístico é uma patologia causada pelo aparecimento de microcistos que alteram o fluxo menstrual normal. Normalmente, são causados por distúrbios hormonais e precisam de correção com anticoncepcionais.

O diagnóstico é feito com exame ultrassonográfico e o tratamento é bem simples. Portanto, se você tiver um ciclo menstrual desregulado é importante comunicar ao ginecologista para iniciar um tratamento adequado, evitando maiores problemas futuros.

5. Devo usar anticoncepcional?

Isso também é um tópico importante de se abordar. Não é somente quem faz sexo que precisa tomar anticoncepcionais. Existem uma série de condições que podem ser resolvidas tomando esse tipo de medicamento.

O seu histórico médico e exames serão os guias fundamentais para que seu médico avalie a necessidade dos anticoncepcionais e de qual tipo. Ovários policísticos são um exemplo desse tipo de ocorrência onde é importante fazer uso.

6. Qual é o contraceptivo ideal para mim?

Isso pode depender muito dos seus hábitos e histórico familiar. Por exemplo, é comum que os médicos reprovem o uso de contraceptivos orais para mulheres fumantes. Eles aumentam bastante o risco de trombose a longo prazo.

Então, é importante que o profissional de sua escolha analise bem o seu caso, para te indicar o melhor tipo de contracepção. Existem diversos modelos disponíveis e ele indicará o melhor para sua rotina. Alguns deles são:

  • Pílulas: É o método mais usado no Brasil. Elas regulam o ciclo menstrual, cólicas e também diminuem o risco de câncer no endométrio. Mas precisam de mais atenção, pois é preciso lembrar de tomar o anticoncepcional todos os dias.
  • Injeções: Esse método possui as mesmas vantagens da pílula e você pode tomar uma injeção a cada um ou três meses, dependendo do tipo.
  • Adesivos: Os adesivos possuem um aspecto semelhante a um curativo, ele é colado no corpo e os hormônios são absorvidos pela pele. Geralmente, o seu uso é recomendado durante três semanas e uma semana sem, após esse intervalo você já pode utilizar outro adesivo.
  • Anel vaginal: Ele é de silicone e a mulher o insere na vagina. Os hormônios são liberados lentamente. O anel deve ser utilizado por três semanas seguidas e uma semana sem, após esse intervalo você já pode colocar um novo anel.
  • DIU: Existem alguns tipos de DIU, como o de cobre ou Mirena, o primeiro não possui hormônios, enquanto o segundo possui mas em pouca quantidade. Esse método é muito indicado para quem tem trombofilia e não pode usar outros métodos. O DIU tem uma duração de 5 anos, onde você não precisará tomar e nem usar nenhum outro contraceptivo.

7. O que são as secreções?

Precisamos parar com a lenda de que vagina sequinha é saudável. Não! Naturalmente a vagina produz secreções e muco para diversas funções fisiológicas. O que você precisa prestar atenção, é se essas secreções têm aparência ou cheiro desagradáveis.

Assim, é importante conversar com o ginecologista sobre isso também. Informe o aparecimento de secreções amareladas ou esverdeadas, principalmente se vierem acompanhadas de odores ruins. Além disso, não esqueça de mencionar se aparecerem coceiras ou outros sintomas junto.

8. Dores no sexo são normais?

Caso você já tenha iniciado as relações sexuais, também existem algumas perguntas importantes sobre isso.

Sentir dor durante a relação sexual de maneira constante não é normal. Algumas posições ou a falta de lubrificação pode causar um desconforto passageiro. Mas é importante saber diferenciar o que é incômodo de um problema real.

Por exemplo, algumas mulheres podem sofrer de vaginismo, que é um estreitamento do canal. Com isso, toda relação tem dor intensa durante a penetração. Então, o médico vai te informar se esse é o seu caso ou se somente uma conversa com seu parceiro pode resolver o problema.

9. Pouca lubrificação na hora do sexo é normal?

Vários fatores podem ter “culpa” na falta de lubrificação. Os mais comuns são o ressecamento da vagina ou começar a penetração muito rápido, sem preliminares. Nesse caso, as fissuras e lesões que o atrito do pênis com o canal vaginal seco criam, podem causar infecções sérias.

Portanto, não é legal ficar sem lubrificação durante o sexo. O profissional pode te ajudar com dicas para melhorar a situação ou mesmo lubrificantes de fonte externa que sejam seguros e não causem irritações e alergias.

10. Por que tenho infecção urinária e/ou candidíase frequentemente?

Por conta da anatomia de uretra mais curta, as mulheres têm uma tendência maior para as infecções urinárias e outras doenças. Assim, mudar alguns hábitos básicos pode ajudar a diminuir o aparecimento desses problemas.

E quem melhor para te conduzir nessa mudança de rotina que seu ginecologista? Então, não tenha vergonha de contar como esses corrimentos aparecem, o aspecto, odor e a presença de outros sintomas.

11. Por que eu não tenho um orgasmo? Isso é normal?

Essa é mais uma pergunta importante de se fazer ao ginecologista. Algumas vezes, medicamentos podem influenciar no seu desempenho sexual e na capacidade de ter orgasmos. Se for o seu caso, o médico poderá te informar melhor.

Além disso, outros problemas também podem atrapalhar na hora do sexo: como os hormônios, ISTs, infecções e traumas. Portanto, o especialista pode ter uma resolução para seu caso, tornando sua vida sexual bem mais satisfatória.

Dicas do que fazer antes de ir ao ginecologista

Agora que você já escolheu as informações que deseja perguntar, temos outras dicas importantes para antes da consulta. Vale a pena conferir nossa listinha e tornar a experiência bem mais fácil no consultório:

  • Não faça sexo antes ou no dia da consulta, pode atrapalhar alguns exames;
  • Se puder, esvazie a bexiga antes de entrar, isso pode aliviar o desconforto dos exames;
  • Pode tomar banho normalmente antes da consulta, mas use sabonetes com pH ácido;
  • Evite marcar a consulta durante a menstruação, o ideal é de cinco a sete dias depois de acabado o ciclo;
  • Evite aplicar cremes e loções vaginais até um dia antes de consultar, eles também podem influenciar nos resultados de alguns exames.

E a melhor recomendação é sempre analisar bem o que está acontecendo com seu corpo, e não esconder nada do ginecologista. Ele precisa do máximo de informações para saber se está tudo bem e tratar, caso exista algum problema.


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