Parto Humanizado: Saiba o Que é e Como se Preparar

Nathália Martins
Nathália Martins
Atualizado 17 de setembro 2021

Muito tem se falado sobre a noção de parto humanizado, e embora o assunto esteja mais popular do que nunca, muitas mulheres ainda têm dúvidas sobre o que é e como ter um parto desses. Se você é uma delas, leia este artigo!

O parto humanizado não se refere, necessariamente, a forma como ou o local onde a mulher irá parir, mas ao tipo de atendimento e assistência que ela receberá da gestação ao nascimento do bebê, que devem visar colocá-la no centro das escolhas e do processo.

Ficou interessada e quer ter a experiência de um parto humanizado? Saiba que é um direito seu! Neste artigo, nós te contamos tudo sobre o processo e tiramos as principais dúvidas que você pode ter.

O que é parto humanizado?

Como adiantamos, muitas mulheres têm dúvidas a respeito do que é o parto humanizado, e acabam associando o termo ao parto natural, em banheiras, etc.

Na verdade, o parto natural não é um tipo de parto, como normal ou cesariana, mas diz respeito ao tratamento e à assistência oferecidos à mulher, desde o pré-natal ao parto.

E como se organiza o parto? É simples: colocando a mulher em seu lugar de direito, ou seja, no centro das decisões e atenções no que diz respeito à gestação.

De modo geral, o parto humanizado pode ser entendido como práticas e atitudes baseadas no diálogo com a mulher, mantendo-a informada durante todo o processo, e o respeito à individualidade e ao bem-estar da mãe e do bebê.

Então parto humanizado não é sinônimo de parto normal?

Não necessariamente. Como dissemos, a humanização do parto se refere mais à assistência e ao diálogo oferecidos à parturiente do que à forma como o bebê nasce.

Além disso, muitas mulheres que optam pelo parto normal acabam passando por processos nada humanizados, no que diz respeito ao atendimento prestado pelas equipes médicas e hospitalares.

Sendo assim, é importante ressaltar que o parto normal é a opção mais saudável e natural para a mulher, cujo corpo está preparado para se recuperar após o nascimento do bebê. Há casos, entretanto, que uma cesariana é mais indicada. O importante é que a mulher tenha direito de escolha e não seja forçada de forma desnecessária a passar por uma cirurgia.

Estatísticas apontam que aproximadamente 25% das mulheres sofrem algum tipo de violência no parto. O mais comum é que procedimentos desnecessários sejam realizados sem as mulheres consentirem ou que informações sejam omitidas. Mas há também inúmeros relatos de maus tratos e desrespeito contra as parturientes.

Portanto, fica evidente que a humanização depende muito da equipe que fará o acomapanhamento da mulher.

Uma cesariana pode ser humanizada?

A discussão é complexa, mas podemos dizer que um dos pilares da humanização do parto é justamente a ciência baseada em evidências. E está mais do que claro que uma cesariana pode salvar vidas, tanto das mamães quanto dos bebês, em diversos casos.

Em linhas gerais, um procedimento cirurgico não é considerado parto humanizado, mas faz parte da humanização do parto manter a mulher informada e ciente do que está acontecendo. Se uma cesariana for salvar a sua vida ou a do bebê, o procedimento pode, sim, fazer parte de um processo humanizado.

O problema é que, muitas vezes, as mulheres grávidas são coagiadas a optar por cesarianas, por motivos e interesses alheios ao bem-estar materno.

Ou seja, a cesariana pode fazer parte de um processo humanizado quando sua realização é indispensável, e alguns aspectos durante a cirurgia devem ser observados, como o respeito da equipe à mulher, a composição de um ambiente confortável e a permissão para que mãe e bebê tenham contato logo após o nascimento.

Em alguns casos, quando possível, também deve ser liberada a entrada de uma doula para auxiliar a mãe durante a cesariana.

Como se preparar e ter um parto humanizado?

Como você pôde ver, o parto humanizado não depende só das vontades da mãe, mas também do respeito de toda a equipe envolvida para colocá-la no centro das atenções e decisões, do pré-natal ao nascimento.

Infelizmente, nem toda mulher pode escolher os profissionais que a acompanharão durante a gestação, mas há algumas formas para que todas se preparem e tenham um parto humanizado, direito de toda gestante.

A humanização começa durante o pré-natal

Embora o nome possa dar a entender que só estamos falando do parto, a humanização deve se dar durante todo o processo.

As consultas e os acompanhamentos prestados à gestante devem visar mantê-la informada e a par de cada passo até o nascimento.

E isso não é importante apenas para que a mulher esteja consciente de todas as decisões a serem tomadas, mas também para mantê-la confiante e calma do pré-natal ao pós-parto.

A equipe de apoio deve estar preparada

É sempre importante ressaltar que o parto humanizado depende também da equipe envolvida. Embora o nosso sistema de saúde, público ou privado, não encoraje e nem dê as estruturas necessárias para que seus profissionais ofereçam um atendimento humanizado às gestantes, há muitas pessoas que já adotam essas práticas, ainda que elas sejam as exceções e não as regras.

Se houver a possibilidade, o ideal é procurar por um time de profissionais que esteja disposto a ser seu aliado durante a gravidez, e não que estará fazendo o favor de trazer o seu bebê ao mundo.

Informação é fundamental

A informação é um direito de toda mulher, que precisa saber o que está acontecendo e quais serão os próximos passos durante a gestação, até para que ela consiga exercer com mais segurança o seu papel central na gravidez.

O ideal é que ela busque pessoas capacitadas e dispostas para ajudá-la a entender mais sobre parto, analgesia e os tipos de procedimentos. Esses profissionais, aliás, também auxiliarão a mulher no pós-parto, no que diz respeito à amamentação e ao seu próprio corpo.

Dúvidas frequentes sobre o parto humanizado

Justamente por ser um processo vivido por poucas mulheres, o parto humanizado desperta muitas dúvidas nas gestantes que estão ouvindo sobre o assunto pela primeira vez.

Nós separamos os três principais questionamentos que podem surgir em relação ao parto humanizado e os esclarecemos de uma vez por todas. Confira!

A mulher pode tomar anestesia durante o parto humanizado?

Se for do desejo dela, sim. A questão é que em um parto humanizado, a equipe toda está empenhada em oferecer ambiente e técnicas que possam ajudar a gestante no que diz respeito à dor. Procedimentos como massagens e movimentos relaxantes e banhos quentes são os mais comuns e praticados. Além disso, um local aconchegante e com música calma também pode ajudar.

Entretanto, se a dor persistir e a mulher sentir a necessidade de receber analgesia, está tudo bem, desde que seja de sua vontade.

O bebê corre mais riscos em um parto humanizado?

Como dissemos, o foco da humanização é tentar naturalizar o processo de nascimento ao máximo, e o parto normal é a forma como os seres humanos foram adaptados para dar luz e nascer.

Sendo assim, o bebê não só não corre mais riscos, mas estará nascendo da forma como o corpo da mãe está preparado para trazê-lo ao mundo. É importante ressaltar que a possibilidade de realizar uma cesariana, em caso de riscos para a mãe ou para o bebê, faz parte do parto humanizado, que visa focar no bem-estar de ambos.

Como é a recuperação após um parto humanizado?

Uma vez que o corpo da mulher está preparado para trazer um bebê ao mundo de forma natural, ele também está apto a se recuperar do trabalho de parto.

Nesse caso, o procedimento cirurgico é o artificial, e pode exigir mais do corpo da mulher em termos de recuperação. Até porque é bastante comum que as mulheres sejam submetidas a procedimentos desnecessários durante uma cesariana (e é só pesquisar sobre episiotomia, ponto do marido, etc.).

Como não há cortes e pontos para o corpo cicatrizar, o parto normal, que é o foco — mas não é sinônimo — do parto humanizado, costuma ter uma recuperação mais tranquila.

Além disso, o próprio processo de amamentação no pós-parto pode ajudar, já que durante o aleitamento o organismo da mulher libera ocitocina, que é um hormônio causador de contrações uterinas e que pode ajudar o órgão a se recuperar.


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