Ser Mãe Depois dos 40: Como é e Quais as Dificuldades?
Atualizado 19 de agosto 2021
Atualmente, a média de gravidez aumentou de idade, e muitas mulheres estão deixando a maternidade para mais tarde. Mas será que isso é recomendado? Confira neste texto como é ser mãe após os 40 e quais dificuldades você pode encontrar.
Ser mãe depois dos 40 anos possibilita a mulher focar na carreira primeiro e ter filhos apenas quando se sentir preparada, porém, alguns agravantes devem ser considerados nessa decisão, como a dificuldade para engravidar nessa idade e os riscos com a saúde da mãe e do bebê durante e depois da gravidez.
Por isso, mostramos a seguir quais as vantagens e as desvantagens de ser mãe depois dos 40 anos, e quais os cuidados recomendados para você ter uma gravidez saudável nessa faixa etária. Acompanhe!
É comum ser mãe após os 40 anos de idade?
Está cada vez mais comum ser mãe após os 40 anos. Com o avanço da medicina, a maternidade, que antes chegava apenas até os 30, agora consegue chegar aos 40, e em alguns casos até depois.
De acordo com o IBGE, em pesquisas feitas em 2019, a alta no número de partos em mulheres de 40 a 44 anos foi de 57%, e na faixa etária dos 45 aos 49 anos, de 27,2%. Um dos fatores que contribuem para isso é o avanço das mulheres no mercado de trabalho, que acontece por elas estarem se dedicando mais à carreira do que antigamente.
A mulher moderna também não é mais educada para se casar e ter filhos quando nova, mas para conquistar sua independência primeiro. Outros fatores que postergam essa decisão são a vontade de vivenciar novas experiências na vida, viajar, estudar, a falta de estabilidade na vida amorosa ou até o medo de ser mãe.
A alta na expectativa de vida da mulher também influencia nessa decisão, que antes, em 1940, era de 48 anos. Atualmente, de acordo com pesquisas de 2019, é de 80 anos. Por isso, mulheres de 40 anos são consideradas jovens atualmente e, com essa expectativa de vida, elas têm tempo para ter filhos apenas quando se sentirem preparadas.
É mais difícil engravidar nessa faixa etária?
A gravidez após os 40 anos pode não ser tão fácil, primeiro porque conforme a mulher fica mais velha, sua fertilidade diminui e isso acaba dificultando a gravidez. Precisando talvez de tratamentos de fertilidade, como tomar medicamentos orais ou usar óvulos de doadoras.
Estima-se que uma mulher com 40 anos tem 50% de chance de engravidar dentro de um ano, entretanto, aos 45 anos as chances são quase nulas de engravidar a partir dos seus próprios óvulos.
Isso se deve ao fato que a mulher nasce com uma certa quantidade de reserva ovariana (quantidade de óvulos disponíveis para fecundação), que começa a reduzir aos 35 anos, diminuindo também a qualidade dos óvulos.
Mas existem exceções em que mulheres acima de 40 anos não apresentam nenhuma dificuldade em engravidar. Há também exames que ajudam a mulher a saber se poderá engravidar com essa idade, como o hormônio antimülleriano, sendo o marcador mais indicado para avaliar a reserva ovariana.
Porém, os tratamentos para melhorar as chances naturais de ficar grávida após essa idade podem não ser eficazes. Por isso, é importante consultar um médico ginecologista para que ele oriente sobre a possibilidade de congelar os óvulos mais ou menos aos 35 anos, para ter opções de técnicas de reprodução assistida, como a fertilização in vitro.
Quais as vantagens de ser mãe aos 40?
Muitas vezes não pensamos nas vantagens de ser mãe tardiamente, até pela preocupação que a idade traz ao processo de gestação. Mas a verdade é que há, sim, vantagens em uma gravidez aos 40 anos de idade.
A seguir, citamos alguns exemplos:
- Maior preparo para receber o bebê: Com o passar dos anos, as pessoas costumam adquirir mais maturidade, por terem passado por diferentes experiências, e ficam mais preparadas para mudanças na vida como a chegada de um bebê.
- Estabilidade profissional e financeira: É provável que aos 40 anos, as mamães e os papais estejam mais estabelecidos na carreira, por ter tido tempo de se dedicar apenas a ela. E como nessa fase da vida as pessoas costumam ter estabilidade na situação financeira, como uma boa reserva de dinheiro, não ficam à mercê de problemas como dívidas.
- Maior longevidade: Um estudo publicado no American Journal of Public Health mostrou que mulheres que são mães mais velhas têm 11% a mais de chances de viverem até os 90 anos. Como a mulher teve a capacidade de ter um filho com idade avançada, o seu sistema reprodutivo está envelhecendo mais lentamente, o que também acontece com o restante do corpo.
- Melhoras nas habilidades mentais: As quantidades elevadas dos hormônios presentes na gravidez, como o progesterona e o estrogênio, acabam influenciando na estrutura do cérebro, melhorando a capacidade de raciocínio, como as resoluções dos problemas e as habilidades verbais.
- Menos chance de desenvolver depressão pós-parto: Esse tipo de depressão é menos frequente em mulheres com mais de 40 anos.
E como já citamos, atualmente temos uma expectativa de vida mais longa, sendo possível passar e aproveitar todas as etapas da vida do bebê até a fase adulta.
E quais são as desvantagens?
Embora seja vantajoso em termos psicológicos e financeiros ter filhos aos 40 anos, precisamos destacar que uma gravidez tardia tem mais riscos do que quando somos mais jovens.
Primeiro que a idade pode complicar fisicamente (ou melhor, fisiologicamente) o processo de gestação. Conforme a mulher fica mais velha, a fertilidade diminui e isso acaba dificultando as chances de engravidar.
As mulheres após essa idade podem ter também mais doenças pré-existentes que podem complicar a gestação, tais como hipertensão arterial, doenças da tireóide, obesidade e diabetes, que podem aumentar o riscos de abortos espontâneos, partos prematuros, natimortalidade, macrossomia e anomalias placentárias.
Além do bebê ter risco de desenvolver anormalidades cromossômicas, como a síndrome de Down. E a mãe poder desenvolver doenças relacionadas à gravidez, como hipertensão, diabetes e osteoporose na velhice.
Mas é importante destacar que esses não são motivos que devem fazê-la desistir de ser mãe por dois motivos: a gravidez tem riscos (ainda que menores) em qualquer idade e a medicina avança cada vez mais. Sendo assim, as coisas meio que se equilibram e hoje em dia é muito mais fácil passar por uma gravidez aos 40.
E apesar de tudo isso, as chances de ter uma gestação saudável são maiores. Uma mãe que tomou os cuidados necessários que uma gravidez tardia requer, é capaz de ter um bebê saudável, e por isso é recomendado fazer um acompanhamento médico adequado desde antes da gravidez até após o nascimento do bebê!
Cuidados necessários em uma gravidez tardia
Como já dissemos, uma gestação em mulheres mais velhas, como as com 40 anos, é considerada de maior risco. Sendo assim, a Organização Mundial de Saúde (OMS) fez uma pesquisa global do risco e da evolução gestacional das grávidas nessa idade e determinou sugestões normativas para o acompanhamento pré-natal.
O pré-natal deve ser mais específico, com mais visitas ao médico, mais exames complementares, testes e cuidados extras. O importante é se precaver, diagnosticar e tratar os problemas de antemão, para ter uma gravidez mais saudável e com menos riscos.
Por isso, visite o seu médico antes da gravidez, para tentar manter qualquer condição crônica sob controle, revisar os medicamentos que você está tomando e ver se eles não oferecem perigo à gravidez.
Além disso, é importante fazer exames (como o hemograma completo), conferir vacinas e fazer testes para infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). E, em alguns casos, pode ser necessária a prescrição de medicamentos para evitar problemas de saúde na mãe e diminuir riscos como a malformação do sistema nervoso central do bebê.
Outro cuidado que a mãe deve ter é com o excesso de peso. A obesidade pode acarretar problemas como pressão alta, diabetes gestacional, hipertensão gestacional e pré-eclâmpsia. Já para o bebê, o excesso de peso aumenta o risco de ocorrer malformações cardíacas e do tubo neural, que afetam a formação do cérebro e da medula.
O parto é mais complicado aos 40 anos?
O trabalho de parto é mais complicado a partir dos 40 anos. Não só engravidar e se manter grávida fica mais difícil com o passar da idade, mas o trabalho de parto também muda um pouco, tendo mais riscos e podendo resultar em mais complicações.
Porém, se não for o primeiro filho, o risco de parto prematuro é menor do que com mães que têm seu primeiro filho depois dos 40 anos. O que acaba agravando o trabalho de parto é a saúde da mãe, por ser mais propensa nessa idade a ter doenças crônicas, como diabetes e pressão alta, que podem facilitar as complicações no parto.
Outro ponto a se considerar é que a necessidade de cesariana aumenta de acordo com a idade materna, porque nessa idade há mais riscos com a saúde da mãe e do bebê. Mas se sua gravidez for de baixo risco, em qualquer idade você pode optar pelo parto normal.
O ideal é manter um diálogo constante com o médico para saber o que esperar. Além disso, você deve se preparar para, caso queira um parto normal, uma situação em que uma cesária pode ser necessária. Isso é normal, pode acontecer e você não deve se culpar. O importante é o bebê nascer com saúde!
Por fim, não desista da maternidade
Não se preocupe se você tiver uma gravidez tardia, porque se você mantém um estilo de vida saudável e não possui nenhuma doença crônica ou histórico familiar de diabetes ou hipertensão, você pode ter uma gravidez normal, como mulheres de qualquer idade.
E com um médico cuidadoso que acompanha durante todo o pré-natal, mesmo se houver algum problema, sempre há chances de tudo ser resolvido. Também saiba que a gravidez aos 40 anos de idade é cada vez mais comum e frequente. Apesar dos desafios que destacamos, vale lembrar que a jornada vale a pena e é totalmente viável ser mãe tardiamente.
Por isso, tente cuidar de si mesma tanto psicologicamente como fisicamente, para encarar essa fase maravilhosa da vida e contar com o apoio das pessoas que te cercam, para ter uma gravidez sossegada e feliz.